quinta-feira, 17 de setembro de 2009

.Intimista.

Hoje procurei no dicionário mil palavras diversas, dispersas, prá tentar fugir de mim. Queria escrever sobre outras coisas, outras pessoas, uma outra alma qualquer. Mas quanto mais eu fugia de mim, mais eu me encontrava. Mais e mais eu mergulhava no abismo que eu sou (porque a alma da gente é mesmo um abismo não é?!)... e fui viajando prá dentro de mim. Encontrando lembranças, desejos, tristezas, risadas... encontrei uma palavra amiga, já empoeirada, amontoada num cantinho. Mais adiante achei um amor antigo, já perdido coitadinho, esquecido, quese já fora de mim. Vi também o amor de agora, esse amor que transborda, que não cabe dentro e se expande prá fora, sai pela boca, pelos olhos, sai numa vontade de gritar pro mundo, de ter sempre por perto. Bisbilhotei um pouco mais e encontrei uma música do Chico, uma melodia de Tom, uma boca vermelha de Gal. Achei um bocado de infância, saltando do peito, uma vontade de ser criança. Vi, logo mais ali, umas mágoas acomodadas, coisas que ficaram passadas e quem não voltam mais.
E fui seguindo viagem cá dentro de mim...
...e quanto mais eu me perdia, mais de mim eu achava.
Encontrei um choro contido, uma risada escancarada. Um dia de sol bonito, uma primavera enluarada. E vi que era tudo sentimento... não tinha concreto, não tinha cimento, não tem porta de madeira... é só alma que tem aqui dentro!