quarta-feira, 22 de julho de 2009

Da vida quem sabe lá?



"Você que sabe demais
Meu pai mandou lhe dizer
Que o tempo tudo desfaz
A morte nunca estudou
E a vida não sabe ler

Ô-babá
Não dá pra ninguém saber
Por que é que há
Quem lê e não sabe amar
Quem ama e não sabe ler

Você que sabe demais
Mas que não sabe viver
Responda se for capaz:
Da vida, quem sabe lá?
Da morte, quem quer saber? "

(Vinicius de Moraes - Canto de Oxalufã)

..eu acredito que o belo, na maioria das vezes, está no simples!...


...ai se sêsse!!...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Quase...


"Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."


...ainda sobre as metades!...
...sobre viver no morno...
...sobre outonos ao invés de primaveras...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Estranhas...

Gosto de coisas estranhas... de pessoas estranhas, lugares estranhos, objetos estranhos, músicas estranhas, filmes estranhos, livros estranhos, sentimentos estranhos, prazeres estranhos, desejos estranhos, e tudo mais o que soa estranho! Coisas normais são chatas, muito chatas. Gosto das estranhesas bonitas... aquelas que têm tanta alma que se tornam estranhas perante esse mundo desalmado de hoje! Mundo mais chato esse de hoje... mundo que nos obriga a ser gente da porta prá fora! Gosto do estranho que é belo... do belo porque é estranho... gosto!
Gosto do que transborda.. chega desse mundo comedido de palavras poucas, sentimentos tímidos, pessoas retraídas em si mesmas. Se é prá ser pouco... não é prá mim! Gosto do que ousa ser!
Mundo chato esse onde se vive de metades... prá mim.. ou é inteiro.. ou não é!
E me desculpe quem não pensa assim...