quinta-feira, 25 de setembro de 2014

De Libra




Por ser de libra
a alma afoita
aflita
ama
grita
se entrega
tropeça
balança mas não cai
Por ser de libra
desencabeça
o mundo
a prosa
a poesia
Por ser de libra
ama
inflama
descabela
carrega o coração na mão
Mas meio áries não nega fogo
palpita
celebra
impulso vital
não pensa
não mede consequências
latência
brutal.
Livre
Libra voa
Não conhece o não
Talvez
Sempre sim
Hoje? Um vão.
Não sabe da gaiola a grade
Invade a vida como um clarão
É o cão que ladra e morde
Da morte só sabe o chão
Que despe o corpo
A alma, não.
Por ser de libra
é só afeto
Afaga o mundo
acolhe o amor
de tudo um pouco
todos e nenhum
Por ser de libra
só pode ser solta
só sabe dançar
só gosta do muito
só conhece o mais
Tem Venus regendo
Corpo manda
Pensamento em exaustão
Sonha o impossível
Faz e acontece
se estrepa
se arruma
se enfeita
Libra não usa colírio nem óculos escuro
Equilibra as virtudes
Ama sem medida
Não sabe escolher entre Maria ou João
Libra ama
Pouco?
Não!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Um breve quase retorno...

E hoje me deu uma saudade do bloguinho... que eu sempre abandono.. mas nunca digo adeus! Nunca definitivo... sempre inconstante!
Vontade de voltar a escrever!
Estou tentando organizar os pensamentos e as inúmeras idéias sobre o que colocar aqui! Logo vem novidades! Simbora!
Paz e bem!
Aho!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Há uma alma em mim..



...há uma calma que não condiz!

Porque às vezes eu volto!

"Sou a metamorfose ambulante do Raul. Sou a angústia de coisa nenhuma da Clarice. Sou o rebelde porque o mundo quis assim de não sei quem. Sou o presente do tempo constante. Sou a sinestesia das reticências mutantes... Sou a translação de um planeta qualquer! Sou folha de primavera, gota de inverno, vapor de verão. Sou Outubro. Sou Julho. Gargalhada pueril, histrião da singeleza, hostilidade senil. Sou ansiedade. Sou serenidade. Sou aquilo que é. Sou apenas um. Só mais um..."  (Tay Lopes)

terça-feira, 6 de março de 2012

Da Escrita...


Escrita é liberdade. Quando eu escrevo eu boto no papel tudo o que tenho guardado dentro da alma... aquilo que o coração pulsa e que muitas vezes a boca cala. Eu coloco no papel o riso frouxo, o grito que não sai, o amor que não aconteceu, a dor amarga que machuca, a felicidade que transborda, a angústia latente que aprisiona. Escrita é liberdade. É meu momento borboleta. Quando escrevo posso troc...ar as vírgulas dessa vida destrambelhada por pontos finais... posso trocar interrogações por reticências... abrir parenteses onde aspas insistem em se instalar. Escrevo a minha história da maneira que me convem... dou espaço aos devaneios... transformo meus medos em coragem e sigo em frente com o caminhar... quando escrevo sou livre de mim!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quem é vivo...



...sempre aparece!
Meses sem blogar! A vida anda tão corrida e estabanada que mal tem dado tempo prá escrever!
É trabalho, faculdade, casamento da mãe, iniciação científica, apresentações, recreações na Kaelu, novos projetos rodeados por amigos queridos, socializações aos fins de semana, novos amigos, novos amores, os amigos antigos sempre presente, os antigos amores tomando rumos deferentes e se encaixando em novos espaços na minha vida... e mais um bando de coisas que não caberiam por aqui. O fato é que tenho tido preguiça para atualizações... e que o tal facebook andou suprindo um pouco essa necessidade de espaço para me expressar da minha maneira preferida: a escrita! Correrias e perrengues a parte a vida anda sendo bem bacana comigo... colocando pessoas lindas e iluminadas no meu caminho.. e me apontando as direções precisas.
A cabeça sempre fervilhando.. como de costume... com mil pensamentos soltos tentando conexão!
Os medos ainda são os mesmos.... "papai do céu proteje!"
Tomei uma decisão importante que merecia horas de escrita mas ainda não consegui colocar uma sílaba no papel... coisa engraçada... já que nesses anos todos quase todas as minhas palavras foram direcionadas a isso (ao elemento principal dessa decisão talvez preciptada mas necessária).
O coração vai bem, obrigada! Estabanado e afoito, aflito, agitado... nada novo... ou tudo novo.. ou...
Fico por aqui assim... sem vírgulas nem pontos finais... confuso como sempre... um tanto sem nexo... um tanto distorção... outro tanto camomila...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Do sentir...


"Eu não quero ter vergonha de nada
que eu seja capaz de sentir."

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sobre Pais, Filhos e Monitores de Parque Inflável


Aos que não sabem (e também aos que sabem), eu trabalho com crianças desde quando eu ainda era criança! Antes com as peças de teatro, depois no Projeto Social Vagalumes e atualmente dando aulas e fazendo recreação. E eu já trabalhei com crianças de todas as idades, etnias, classes sociais e histórias de vida possíveis e imagináveis. E nesse caminho de dores e delícias eu aprendi muita coisa sobre crianças, sobre filhos, sobre pais e sobre trabalhar com crianças. É coisa difícil mas prazerosa. Elas são surpreendentes e conseguem renovar nossas energias ao mesmo tempo em que a suga por completo. O cansaço de trabalhar com crianças é um cansaço diferente... é um cansaço gostoso, que desgasta a gente mas dá prazer, satisfaz, alegra. Quando eu estou com elas eu aprendo muito mais do que aprendo quando estou cercada de adultos diplomados. Elas me ensinam a ser mais sensível com o mundo, a olhar mais prá fora, a simplificar as coisas. Já perdi as contas de quantas vezes cheguei exausta, desanimada, sonolenta e saí pulando, rindo, cantando. Eu sempre acho que me divirto com elas muito mais do que elas comigo.
Sim.. são umas pestes! Por deus... como conseguem ser tão doces e divertidas e ao mesmo tempo tão elétricas, malcriadas, difíceis de lidar! Eu demoro meia hora prá fazê-las entender que têm que formar uma fila e que não podem se jogar dos brinquedos senão vão se estabacar no chão. Tem umas que às vezes quero puxar a orelha e prender de ponta cabeça no ventilador... daí elas olham prá mim com uma cara de deboche/sapeca e caem na risada (porque eu devo mesmo ter cara de besta!rs)... e eu esqueço da bronca e me jogo com elas.
Enfim... mas tem algo que me cansa muito mais do que as crianças: os pais!
Eu sou da seguinte opinião: filho é escolha! Salve raríssimas excessões todos nós temos acesso a informação. Todo mundo sabe como se faz filho, todo mundo sabe como evitar filhos (e é coisa que temos gratuitamente no nosso precário sistema de saude), e em caso de acidentes, todo mundo sabe o que fazer no dia seguinte! Sendo assim, é escolha, e uma escolha muito séria! Escolher ter um filho não é como escolher comprar uma bolsa, nem um carro ou um apartamento. Esses ultimos a gente pode vender, trocar, abandonar caso encham demais a nossa paciência... criança não! Filho é prá sempre e ponto final... não é como brincar de boneca, nem como ter um sobrinho ou 120 alunos! Filho a gente não devolve no fim do dia. E isso a gente sabe mesmo sem sermos pais, certo!?
Tenho observado muito a relação pais-e-filhos nos trabalhos nas escolas, projetos sociais e recreações. E o que mais vejo são pais desesperados sem saberem o que fazer com as crianças; pais querendo arrumar qualquer maneira de terem os filhos distantes pelo máximo de tempo possível. Alguns alunos meus ficam o dia todo no colégio, em período integral. São crianças pequenas, na maioria, filhas de pais muito jovens.
O mais engraçado é ver como eles cobram de nós (professores e monitores) paciência, carinho e atenção com os filhos deles. E então oferecemos o melhor que podemos ser. Aguentamos as malcriações, pegamos no colo quando o choro estridente vem, olhamos nos olhos e tentamos entender os motivos, rimos com as brincadeiras, respondemos milhares de vezes a mesma pergunta, amarramos os cadarços embaraçados, cuidamos dos machucados, tocamos com cuidado prá não agredir, arrumamos os vestidos amarrotados pelo escorregador, prendemos o cabelo que desmanchou com a intensidade da baderna, falamos baixo prá poder ouví-los, nos permitimos conversas malucas sobre lápis de cores super heróis que salvam o mundo do dinossauro voador! E então o nosso tempo com eles acaba... devolvemo-os aos pais e... só o que vemos são puxões pelos braços para andarem rápido, berros e safanões, olhares esquivos muito mais preocupados com o horário da novela do que com a experiência que a criança acabou de vivenciar. Acho que estamos vivendo a geração de pais mais desesperados, inseguros e imaturos de todas. Ou não dão nada... o oferecem tudo em excesso. Criança também precisa ouvir não, precisa saber que a relação de pai e filho não é a mesma que de coleguinhas de escola. Eu vejo pasi fazendo mais birra do que os filhos, vejo filhos quase implorando por uma bronca... por um não... por uma palavra firme e um olhar certeiro. Criança tem nos pais a dimensão de segurança. Se os pais não têm segurança prá dizer um não aos filhos esses se vêm totalmente perdidos. E daí começam a série de traquinagens, palavrões, pirraças, comportamentos agressivos, olhares desafiadores. É a maneira que elas encontram prá chamarem a atenção dos pais, que só se movem quando o filho machuca ou faz alguma coisa muito grave. Então vêm as nomenclaturas tão equivocadas quanto o tipo de educação que os pais de hoje oferecem aos seus filhos. Se a criança é muito elétrica e agressiva ela é "hiperativa"... não é que ela não tenha a atenção devida, nem que ela não tenha espaço adequado para brincar e gastar energia, ou que ela passe o dia todo no computador ou na frente da tv, ou que assista as brigas e discussões frequentes dos pais, ou que não tenham com os pais a segurança de um "não" na hora que precisam.
Liberdade extrema, se mal colocada, prende muito mais do que um não bem usado.
Penso sempre na relação que tive com a minha mãe. Nunca levei um tapa e ouvi poucos "nãos"... mas sempre tive orientação na minha liberdade de escolha. Sempre ouvi as consequências que a minha escolha causaria... o que seria bom e o que seria ruim... e tive a opção de escolher se queria ou não aquele caminho. Sempre tive a paciência do "ouvir".. e olha que eu falo à beça... e fui uma criança daquelas que vão ao mercado vestidas de fada e se escondem nas araras de roupas para fugir do capitão gancho (que normalmente é a coitada da mãe que se divide entre as compras do mês e a procura pelo pentelho). Sempre pude contar com a presença dela nas minhas decisões, e nas suas consequências. Sempre ouve a cobrança pela boa nota, pelo respeito com os outros, pela tolerância com o diferente e pela postura nos lugares. Se aprendi bem eu não sei... mas tive e se segui por caminhos tortos foi por escolha e não por falta de orientação, segurança, carinho e atenção.
Observar os meus "filhos temporários", me faz pensar em que tipo de filho eu quero deixar para o mundo... e que tipo de mãe eu quero ser prá que isso não se torne desastroso. E eu descobri que quero ser uma mãe do tipo monitora de parque inflável!!!

Evoé!