quinta-feira, 21 de julho de 2011

Das Adaptações


Nesses últimos dois anos e meio eu tenho passado por várias coisas que fizeram com que eu tivesse que me adaptar e me readaptar a algumas situações. Umas foram fáceis, outras extremamente difíceis.
Primeiro tive que me readaptar a morar na casa dos pais, e por incrível que pareça é bem mais difícil do que sair. Reaprender a dar bom dia, a almoçar no horário, a dar satisfações, a não ser mais a visita sempre tão esperada.
Depois tive que me adaptar a ser namorada. Cuidar, zelar, respeitar, alegrar, às vezes sofrer um pouco. Me adaptar a avisar onde e com quem ia, a explicar quem era o amigo do facebook, a morrer de saudade, a ligar todo dia, a sorrir das bobeiras, a se encantar com o olhar, a ir a Limeira uma vez por mês. Me adaptar a dar e receber amor em troca, a abrir mão de certas coisas prá viver coisa maior. Tive que me adaptar a não sentir/demonstrar/querer aquele outro amor que há anos cuidava com tanta dedicação.
Veio também a morte do avô. Dolorosa, cofusa, turbulenta. Os seis meses sem teatro (que mais pareceram décadas, coisa vital que me é). Me adaptar à perda das duas coisas que mais me davam segurança: a proteção do meu avô e o meu amor ao teatro.
O susto passou, a dor também.
Precisei, então, me adaptar à faculdade e a frustração por não ser a Unicamp. Essa foi mais fácil. Amigos sempre ao lado, jantares com o Fá e a Ve, risadas, abraços, professores competentes, grade curricular bem planejada, trabalhos bacanas... passou voando e eu nem vi.
Me adaptei ao estágio e aos alunos (ou pelo menos tentei!). Oito meses depois, parido o resultado de dores e delícias, tive de me adaptar à saída do estágio e à ausência dos alunos.
Tempos depois e cá estou.
Me readaptando à vida de solteira (e como é difícil! Como tem sido difícil prá mim... embora surpreendente e divertido, mas doloroso e confuso!).
Tendo também que me adaptar à presença do padrasto em casa. Embora eu o adore... mas dividir o banheiro com um homem depois de uma vida inteira de toalhas sequinhas, chão limpinho, e tampas do vaso sanitário sempre abaixadas... é complicado!rs Vamos levando no bom humor.
E a mais linda, difícil, complicada, confusa, feliz e encantadora adaptação de todas... finalmente receber carinho de quem sempre amou. Receber afeto e afeição também é extremamente difícil quando não estamos acostumados, quando o que sentíamos antes era indiferença. Entender que agora pode ser mais leve e delicado é difícil. Me adaptar a não ter medo da partida, da repreensão pelo amor imenso e incondicional que não se pode conter.

A sensação é a de uma criança nos primeiros dias de aula.
Observo o território. Piso com cautela. Arrisco um olhar mais amigável. Me permito um sorriso, uma palavra mais espontânea. E logo menos a gente se adapta à adaptação!

"Aponta prá fé e rema!"

Evoé!... e que papai do céu me dê pés firmes prá seguir a caminhada.

Força e Coragem.

Vambora.

2 comentários:

Mariana Penna disse...

Oiii Juu, fico feliz que vc tem postado com mais frequencia. Adorei o texto. Isso td se chama: VIDA.

Bjãooo!!!!

Mariana Penna disse...

Oláaaa, tem selinho pra vc no meu blog. Acesse o link e siga as regras!!

http://marianapenna.blogspot.com/2011/07/selo_25.html

Bjusss!!!